ATA DA QUARTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 15-01-2015.

 


Aos quinze dias do mês de janeiro do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Clàudio Janta, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Professor Garcia e Reginaldo Pujol, titulares, e Cassio Trogildo, não titular. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceram o vereadores Delegado Cleiton, titular, e o vereador Dr. Thiago, não titular. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício s/nº, de Neimar Fernando Drüs, Assessor da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cândido Godói/RS; Ofícios nos 011, 020, 021 e 029/15, do Prefeito. Também, foi apregoado Termo de Indicação de Líder e Vice-Líder, firmado pela vereadora Mônica Leal, comunicando que, a partir do dia nove de janeiro do corrente, o vereador Kevin Krieger e a vereadora Mônica Leal passaram a exercer, respectivamente, os cargos de Líder e Vice-Líder da Bancada do PP. Ainda, foi apregoado documento firmado pela vereadora Séfora Mota, informando a alteração de seu nome parlamentar para Séfora Gomes Mota. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Lourdes Sprenger, Paulinho Motorista, Professor Garcia e Dr. Thiago. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Reginaldo Pujol, Clàudio Janta e Delegado Cleiton. Às dez horas e quarenta e seis minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a Reunião Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Mauro Pinheiro e secretariados pelo vereador Paulinho Motorista. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Clàudio Janta está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, uso este tempo para fazer um alerta aos Vereadores, à população de Porto Alegre, sobre medidas que o Governo adotou, através de uma medida provisória em que o art. 9º da Constituição Federal permite ao Presidente da República, em um momento grave, em um momento de grande importância para o povo brasileiro, adotar atitudes extremas. E a Presidente Dilma Roussef, no dia 30 de dezembro, na calada da noite, sem sentar com a sociedade civil, sem sentar com o movimento sindical – ela que, durante a campanha eleitoral, disse que nem que a “vaca tossisse” tiraria o direito dos trabalhadores –, largou cinco medidas provisórias que tiraram direitos dos trabalhadores. Cinco medidas que mexem no seguro-desemprego, no PIS/Pasep, na aposentadoria, na pensão, que mexem no direito consagrado dos trabalhadores.

Em nenhum momento, a Presidente consultou as Centrais, em nenhum momento a Presidente consultou o Conselho do Fundo de Garantia, em nenhum momento a Presidente consultou o Conselho Nacional do Trabalho, do qual todas as Centrais fazem parte.

De forma arbitrária, a vaca tossiu, e os direitos dos trabalhadores estão indo pelo ralo.

Nós, a Força Sindical, a Central, que presido aqui no Estado e que sou dirigente nacional, estamos marcando um ato para o dia 26 e uma grande marcha para o dia 28 de fevereiro. Nós não vamos admitir que, em período eleitoral, certas obrigações, certos compromissos tenham sido assumidos com o povo brasileiro, e, menos de 30 dias depois, esses compromissos sejam rasgados.

O Governo tem um déficit de R$ 18 bilhões, e não serão os brasileiros que irão pagar essa conta. E alegando que fez isso em função do déficit da previdência social brasileira. Isso é uma mentira, já que de quatro desses itens, quem banca, quem financia – o PIS, o seguro-desemprego, o auxílio-doença – é o Codefat, é o FGTS, o fundo de garantia; e o gestor do fundo é o desconto que os trabalhadores têm. Nada a ver com a previdência.

O fundo de garantia financia, Ver. Pujol, 90% do BNDES; 90% dos aportes do BNDES vêm do fundo de garantia. Esse é o novo escândalo da República. Essa é a nova Caixa de Pandora! Sou membro do Conselho de Administração do BNDES, estou esperando, há três anos, a minha recondução para o Conselho porque eu me licenciei; eu me licenciei do Senac e fui reconduzido, e me licenciei do BNDES para concorrer, e, até hoje, não fui reconduzido. É um simples ato de assinatura para me reconduzir, mas até hoje estou esperando porque já havia vários encaminhamentos solicitando a prestação de contas do dinheiro cedido ao Eike Batista, dinheiro cedido a Friboi, porque o dinheiro do BNDES é para investimento em saneamento, é para investimento na geração de emprego. O novo escândalo da República é o BNDES, e o Governo está usando essa desculpa para cobrir esse grande rombo que é feito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Então nós usamos o dia de hoje para fazer esta denúncia, alertar os trabalhadores e o povo brasileiro que estão mexendo nos seus direitos. A Presidente declarou publicamente, em todas as redes de rádio e de televisão, em todos os jornais, em toda a imprensa brasileira, em todos os debates, que jamais ia mexer no direito dos trabalhadores, nem que a “vaca tossisse” o direito dos trabalhadores seria atingido, mas a “vaca tossiu” e o direito dos trabalhadores está sendo atingido e eles estão pagando a conta. Nós não vamos permitir isso!

Agora saiu mais uma notícia, que será mexido no Imposto de Renda, para baixo. Então, está sendo feita a política do Robin Hood ao contrário, estão tirando dos mais pobres, dos trabalhadores, para beneficiar os ricos, para beneficiar os poderosos. Com força, fé e solidariedade iremos travar uma luta contínua contra as retiradas de direitos dos trabalhadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, colegas funcionários desta Casa, senhoras e senhores que nos assistem aqui e pela TVCâmara, hoje eu gostaria de parabenizar e louvar a ação do Governo Sartori em nomear a Agente Penitenciária Marli Ane Stock no comando supremo da Susepe. Aguardávamos que este Governo tivesse mais mulheres no comando, e, quando falo isso, não é questão de separar, de dividir, mas de empoderar e de trazer para dentro dos setores públicos pessoas que tenham a administração e a coragem no seu DNA. Nesse setor, necessariamente, serão precisas ações fortes, corajosas e contundentes.

Nós temos visto, nos noticiários, festas dentro de presídios em todo o Brasil, mas aqui, principalmente, onde temos festas regadas a drogas e a bebidas, dentro do próprio presídio. Nós temos presos com comércio dentro de suas galerias, de suas celas; nós temos a ação de grupos que comandam, sendo que cada um que entra naquele presídio deverá fazer parte para que tenha uma proteção. Então, senhores, isso tem que acabar! Digo mais: o Presídio Central tem que ser implodido. O povo dos bairros Glória e Partenon não quer mais aquele espaço ali, que precisa ser dimanizado; precisa ser construída outra área, uma área de lazer, de cultura ou outro órgão que dê um retorno à sociedade.

Nós precisamos de presídios, senhores, que realmente eduquem, que ressocializem; não como o Presídio Central, que é um depósito para o aprendizado da criminalidade. Saúdo o novo Secretário da Segurança, com quem tive um contato muito rápido, mas eu gostaria de ter um contato mais próximo e com mais tempo, para que nós possamos, pelo menos, dividir ideias. Então essa área não educa ninguém; ao contrário, quem entra, quando volta, já sabe o que vai acontecer, porque é uma universidade do crime. Nós temos que repensar segurança pública, e, repensando, temos que repensar o que se quer de um presídio; o que se quer de quem entra no presídio para ser penalizado é a reeducação, porque não adianta, o cara sai dali pior, sai pensando pior, sai instruído para praticar o crime. Então parabéns ao Governo Sartori! Esperamos que mais mulheres ocupem cargos públicos de importância; queremos, sim, no futuro, uma chefa de polícia, uma Comandante-Geral da Brigada; queremos, sim, mulheres empoderadas!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Ver. Janta, na sua manifestação, colocou com muita propriedade essa realidade que o País vive nos dias de hoje, especialmente com a falta de sintonia e coerência entre o discurso pré-eleitoral da Presidente da República e a sua prática nos dias atuais. A colocação do Ver. Janta, com a autoridade de ser líder da massa trabalhadora, coloca um aspecto. Quando se trata de colocar recursos à disposição dos fortes, o BNDES é solícito; quando se fala em garantir direito dos trabalhadores, agora é alegado ser exagerado, o que durante a campanha eleitoral foi apresentado como grandes conquistas dos trabalhadores e era assegurado pelo Governo da União. Se há 90 dias isso era um direito assegurado, agora vêm dizem que existem equívocos, que há excessos no projeto que garante ao desempregado coisa que já vêm desde os governos anteriores e que agora se busca alterar a regulamentação, sob a falsa alegação de que vão salvar a previdência social. Há muito tempo, quando foi Vereador nesta Casa, o ex-governador Jair Soares, ele já dizia que a seguridade social no Brasil não é deficitária, só se conta para a previdência parte daquelas contribuições que os empregadores e os empregados passam para a previdência. Agora, tudo o mais que entra na seguridade social, tudo o que é cobrado em tributos, impostos diretos e indiretos não é considerado. Se considerar tudo o que é da seguridade social, sobra dinheiro para manter a previdência para manter todos esses programas que agora querem alterar. O que ocorre é que as cobranças dos impostos, como Cofins, a contribuição sobre o lucro líquido das empresas, isso invés de irem para o programa da seguridade social vão para outros fins. Como disse bem o vereador, ex-conselheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, vão para que sejam financiadas obras fora do País; para financiar as grandes empresas nacionais, todas essas que estão envolvidas com a Petrobras, são devedoras de altos valores para o BNDES, muito mais do que custa o seguro desemprego.

Então, este Governo, Ver. Janta, não tem o direito de fazer as mudanças que agora está querendo fazer. Se o governo que eu apoiei, que o senhor apoiou, fosse fazer alguma coisa nesse sentido, tinha que dizer: olha, não tinha nenhum compromisso de não mudar as coisas; pelo contrário, nós queríamos mudar. Não. Mas esses fizeram toda a campanha política para não mudar, para manter do jeito que estava, porque o Brasil era uma beleza, uma maravilha. E, na verdade, agora, destaparam a caixa de pandora, e a gente vê que no Brasil maravilhoso, dos tempos pré-eleitorais, essa bagunça, essa roubalheira, que hoje existe neste País.

Ver. Janta, parece incrível, eu que sou liberal, estou absolutamente solidário com V. Exa., porque o podre existe no socialismo, no liberalismo, em qualquer lugar, mas é a falta de respeito da autoridade constituída. E, mentindo para se eleger, acaba hoje não tendo respeito dos empresários, dos trabalhadores, de toda a Nação brasileira, que se soubessem um pouquinho dessa barbaridade que está acontecendo, com certeza, não teriam reeleito a Professora Dilma, que foi reeleita com base em afirmações que hoje ela mesma se encarrega de desmentir.

Por isso, Sr. Presidente, nesta nossa Reunião da Comissão Representativa, eu quero concluir este pronunciamento afirmando o seguinte: o que existe de mais grave neste País é a falência da autoridade pública que perdeu o crédito, o direito de ser respeitada na Nação. Se alguns loucos estão querendo aí fazer, a qualquer custo, a retirada da Dilma do Poder – e que não tem a minha aprovação, Vereador –, eles estão trabalhando em cima de uma realidade: a Presidente da República perdeu o respeito da Nação e, por isso, que querem derrubá-la do Poder a qualquer custo. Eu não quero, mas quero responsabilizá-la por esta Nação. Mentiu, tinha que pagar pelas suas mentiras!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, neste nosso período de Comunicações da Comissão Representativa, onde estamos com um número reduzido de Vereadores, temos que aproveitar a tribuna para falar sobre a situação de Porto Alegre, do que está na mídia. Muitas vezes, não necessitaria estar na mídia, poderia ter sido alavancada a iniciativa por nós mesmos, Vereadores, como foi uma ação da mídia local, de intitular a ação como “buracolândia”. Foram tantas mensagens, tantas imagens, que eu me senti envergonhada, porque eu sou Vereadora e não tinha feito nenhuma ação nesse sentido, nem nunca falei na tribuna sobre o problema da conservação da nossa Cidade. Sabemos das dificuldades, sabemos que, muitas vezes, utilizam um material para conserto num dia, outro dia chove, e já esburacou porque não tem qualidade ou não foi bem feito.

Mas quero relembrar os velhos tempos em que nós atuávamos na Zona Sul, quando os buracos foram demais nas vias, nas calçadas. Um Vereador muito atuante da nossa Região, que não está mais aqui, criou uma operação chamada “Tapa Buraco”. Nessa operação, nós, moradores, participamos, e deu um bom resultado. Também deu uma boa discussão aqui na Câmara, porque esse Vereador calculou que havia mais de 40 mil buracos, como estatística, sendo que um outro Vereador entendeu que aquilo era um número exato, e aí criaram uma polêmica na Câmara de que era impossível ter todo aquele número de buracos na Cidade.

Mas essa não é a nossa preocupação. A nossa preocupação é ler uma entrevista do Sr. Prefeito onde ele diz que tem cobrado. Mas vejam, se ele tem cobrado e a área não tem atendido, o nosso Sr. Prefeito é autoridade máxima no Município para ser mais atuante na cobrança, obrigando o setor a fazer, ou senão substituir! Não é possível que alguns serviços sejam bons e outros, porque algum gestor não funcione ou alguma fiscalização não funcione, permanecerem como estão! E nós, que estamos aqui em 36 Vereadores, ainda sermos pautados pela mídia. Com toda razão, porque as reclamações são muitas. Nós aqui recebemos e-mails com essas cobranças, calçadas, buracos na Cidade. Então, o que nós queremos é ver uma Cidade bem cuidada, queremos ver os recursos públicos bem aplicados, porque o cidadão paga impostos e quer também ver o retorno. Não é só pagar, nós queremos ver os bons serviços. E isso que sirva como crítica construtiva! Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PAULINHO MOTORISTA: Bom dia, Presidente Mauro, Vereadores, pessoal das galerias e pessoas que trabalham nesta Casa. Ontem, fui comunicado, oficialmente, sobre o Veto do Prefeito José Fortunati ao meu projeto que prevê a obrigação de ar-condicionado como condição para inclusão de ônibus na frota de transporte coletivo de Porto Alegre, bem como obrigava a manter em funcionamento o ar-condicionado nos ônibus que já o possuem. Respeito o Veto do Prefeito, afinal é direito seu. Entretanto, afirmo que defenderei e votarei pela derrubada do Veto, pois estou convencido da importância desse projeto, da sua legalidade e do quanto a população da nossa Cidade espera por esta mudança. É importante lembrar que o projeto teve parecer favorável da Procuradoria desta Casa e também da Comissão de Constituição e Justiça, sendo aprovado por unanimidade.

Quero reafirmar que o nosso projeto sempre teve a mesma intenção manifestada pelo Executivo de escalonar a implantação de ar-condicionado nos ônibus sem obrigar a sua presença em todos os ônibus imediatamente, mas conforme o ingresso da frota. Se a licitação altera o processo de renovação da frota, devíamos pensar, então, em atualizar a lei de 1964, pois é a única que encontramos que trata da renovação da nossa frota de ônibus, e não garantir a presença de ar- condicionado nos ônibus apenas por meio de resolução. Além disso, o nosso projeto foi protocolado no início do ano de 2014, antes de ser publicado o edital de licitação e a resolução da Secretaria Municipal de Transportes.

Por fim, apesar de respeitar, lamento que o Executivo tenha tomado essa decisão, pois, assim como eu, milhares e milhares de pessoas esperam esta e outras mudanças em nosso sistema de transporte coletivo. Eu, como motorista por 24 anos, volto a falar: convivi com os passageiros dos ônibus e sei das dificuldades que eles enfrentam viajando por mais de três horas dentro de um transporte coletivo, principalmente no Extremo-Sul, com linhas longas. Com certeza, eu, como os demais Vereadores, os 36, fomos eleitos para trabalhar para a população e jamais vou voltar atrás no que eu coloco na minha visão de ajudar a população, porque nós, aqui, Presidente Mauro Pinheiro, fomos eleitos para trabalhar para a população e nunca pensando em interesses próprios.

Volto a dizer: vou votar pela derrubada desse veto. Vou até a fim, com certeza. Sou um camarada de palavra, sou um cara transparente, olho no olho para conversar com as pessoas, não falo pelas costas de ninguém, como não gosto que falem pelas minhas costas. Então, votarei pela derrubada desse veto, porque a população de Porto Alegre, Clàudio Janta, está precisando cada vez mais de um transporte melhor. É ônibus lotado, eles andam como sardinhas, por duas horas e tanto, sem o mínimo de dignidade, pagando passagem para ir para o seu trabalho. Eles merecem o ar-condicionado, que é o mínimo que podem ter.

 

O Sr. Clàudio Janta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Paulinho, já que a Prefeitura noticiou que vai fazer as licitações, pelo mínimo, eu não vejo por que vetar esse projeto que é de extrema importância. Não pode uma pessoa vir do Extremo-Sul ou da Zona Norte da Cidade, num dia como hoje em que já estava em 28 graus a temperatura de madrugada, sem ar. Então, estaremos junto contigo convencendo os nossos Pares para que seja derrubado esse veto.

 

O SR. PAULINHO MOTORISTA: Obrigado, Ver. Clàudio Janta.

 

O Sr. Dr. Thiago: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Grande Ver. Paulinho, quero também dizer que vamos estar ao seu lado na derrubada desse veto, pelo entendimento de que realmente o ar-condicionado nos ônibus municipais é uma estrutura fundamental para a qualidade de vida dessas pessoas que transitam na cidade de Porto Alegre. Parabéns pelo seu projeto, e conte com o nosso apoio.

 

O SR. PAULINHO MOTORISTA: Obrigado, Ver. Dr. Thiago.

 

A Sra. Lourdes Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) O Ver. Paulinho tem bastante experiência no trânsito, pois foi motorista ao longo dos anos. Realmente é inadmissível que a gente entre num ônibus, com todo esse calor que estamos passando na Cidade, e cada vez mais a temperatura tende a aumentar, e não tenha um ar-condicionado. É um projeto objetivo e temos que apoiá-lo. Parabéns!

 

O SR. PAULINHO MOTORISTA: Obrigado, Ver.ª Lourdes. Eu mantenho a minha palavra que dei quando protocolei esse projeto no sentido de que vou lutar por ele até o fim. Pelos anos todos que trabalhei no trânsito, sei o que os passageiros passam no dia a dia, sei o que passam os meus colegas de trabalho também, motoristas e cobradores, sem um ar-condicionado, e, estando eleito aqui na Câmara, não posso me esquecer do que vivi no passado, não posso me esquecer daquelas pessoas que viajavam comigo, que conversavam comigo: “Ô, Paulinho, tinha que ter um ar-condicionado neste ônibus! Vamos viajar por duas horas e pouco sem um ar-condicionado ao menos?” Com certeza vou continuar lutando, sempre, pela população. Por isso fui eleito e continuarei firme nas minhas propostas e não voltarei atrás. Com certeza vou lutar pela população para que tenha um mínimo de dignidade. Para isso fomos eleitos e vamos lutar até o fim. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, aproveito esse espaço neste período para trazer um assunto que me preocupa bastante e tem questionado grande parte dos porto-alegrenses e gaúchos, é sobre a questão do Aeroporto Salgado Filho. Durante muitos anos, discutiu-se a questão do Aeroporto Salgado Filho. E lembro que dois anos depois de ele ser reinaugurado, em 1992, pude presidir uma Comissão aqui nesta Casa que tratava da ampliação do aeroporto. Nesta última década, tratou-se muito disso, inclusive com dados estatísticos mostrando que a ampliação do Aeroporto Salgado Filho permitiria que Porto Alegre e o Rio Grande do Sul, principalmente, como Estado, tivessem um acréscimo no seu desenvolvimento de mais de R$ 2 bilhões/ano por permitir que aviões maiores, aviões cargueiros, pudessem aqui descer e levantar voo, fazendo com que este local pudesse trazer hoje um desenvolvimento maior, porque grande parte das cargas vão para os portos de Joinville, ou, na parte de aviação, para Campinas.

E não seria lógico o Rio Grande do Sul não ter um aeroporto desse porte. Muito se falou, na época, na construção de novos aeroportos ou na substituição do Salgado Filho. Por questão logística, viu-se que o Salgado Filho era o melhor local, primeiro, porque talvez seja o aeroporto mais próximo do Centro dentro das capitais brasileiras; segundo, pela geografia do Rio Grande do Sul, ele é muito rápido de acessar, quem vem da Zona Sul, da região de Pelotas e adjacências, quando desce da ponte, chega ao Aeroporto Salgado Filho. Do Aeroporto Salgado Filho é muito fácil de ir para o litoral, é muito fácil de ir para a Serra, porque as estradas estão todas próximas. Nos últimos anos, o Governo Federal insistindo e o Governo Estadual também, o que fez o nosso Prefeito José Fortunati na época? Começou o deslocamento da Vila Dique. Eu, inclusive, estava como Secretário do Meio Ambiente e trabalhei muito naquela área do aeroporto e na área onde hoje está colocada a Vila Dique. Só da Vila Dique foram mais de dois mil moradores. E há toda uma logística de dinheiro, custo, trabalho, envolvimento e discussão com a comunidade.

Qual não foi a nossa surpresa quando, no ano passado, o então Governador Tarso Genro começou a falar na criação do novo aeroporto. E agora parece que realmente o Aeroporto Salgado Filho está sendo deixado de lado. Tem-se falado muito em Parceria Público-Privada. E, quando se fala em Parceria Público-Privada, lembro – e já estou Vereador há bastante tempo – que era uma palavra que criava no Partido dos Trabalhadores até erisipela, Ver. Clàudio Janta, porque eles consideravam isso privatização. E hoje é uma das coisas que eles mais utilizam. Mas não tiveram ainda a coragem, a ousadia e – vou usar outra palavra – a dignidade de virem aqui dizer: “Olha, nós estávamos errados. Isso é um processo bom, porque o Poder Público não tem dinheiro.” Gasta-se muito, hoje, na máquina pública, com isso. Basta ver o que está acontecendo em Brasília, onde se fez uma Parceria Público-Privada, mas vão ter que pagar R$ 18 milhões por ano por um prédio durante 20 anos. Então, essa é a parceria que não serve para o Poder Público.

Eu gostaria, então, que os senhores começassem a pensar sobre isso. Esta Casa vai ter que fazer a discussão sobre o Aeroporto Salgado Filho, porque é importante que o Salgado Filho fique em Porto Alegre. E pertence aos gaúchos! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. THIAGO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sr. Vereadores e Sras. Vereadoras, quero, mais uma vez, Ver. Mauro Pinheiro, saudar sua assunção ao cargo de Presidente desta Casa e dizer que temos a grande expectativa de que V. Exa. vá continuar numa ação transparente e isenta, procurando enaltecer e enfatizar o trabalho de todos os colegas Vereadores.

Na Sessão Representativa, normalmente nós damos a tônica das discussões que permearão esta Casa ao longo do ano. Sem dúvida nenhuma, não poderíamos deixar de discutir o tema emblemático e importante, Ver. Janta, que é o tema da saúde em Porto Alegre. Eu quero dizer sinceramente, Ver.ª Lourdes, que acho fundamental que a gestão possa – a Cidade já faz isto – olhar de forma muito especial o Hospital Presidente Vargas e o Hospital Parque Belém.

A primeira, uma instituição pública, mas que, ao longo dos anos, tem minorado a sua condição de atendimento, tem sido precarizada a sua condição de atendimento. Nós fizemos durante este ano – a Comissão de Saúde e Meio Ambiente –, pelo menos, Ver.ª Lourdes, treze visitas ao Hospital Presidente Vargas, onde, num primeiro momento, nós tivemos a emergência pediátrica fechada, depois acabou sendo reaberta. Numa segunda visita, nós tínhamos a questão das cirurgias precarizadas e minoradas, elas acabaram avançando, mas não retomando aquilo que se tinha no passado, e, numa terceira incursão, enfrentamos a diminuição das internações em vários andares do Hospital Presidente Vargas. Tudo isso foi parcialmente retomado, mas não utilizando, na sua plenitude, aquela instituição hospitalar. Então, é fundamental que a gestão pública da saúde em Porto Alegre retome o Hospital Presidente Vargas, para que ele passe a atender na sua plenitude. Certamente lá nós encontraremos boa parte das respostas para os problemas de saúde em Porto Alegre.

A segunda instituição, o Hospital Parque Belém, um hospital filantrópico, um hospital que tem condições de ter mais de 200 pacientes internados, hoje tem 20; um hospital que tem condições de ter mais de 25 pacientes na UTI, hoje tem 3; um hospital que tem condições de fazer mais de 45 neurocirurgias, e as pessoas esperam nos postos de saúde, Ver.ª Lourdes, há três, quatro anos por cirurgias neurológicas, e hoje não faz nenhuma; um hospital que tem capacidade de atender e dar suporte à questão da saúde mental, no que se refere à internação por crack, hoje atua com 50% da sua capacidade. Nós, mesmo saindo da presidência da Comissão, junto com os outros colegas que participaram da Comissão no ano passado, vamos continuar vigilantes com relação ao Hospital Parque Belém. Não pode o gestor público municipal encaminhar a vigilância sanitária 32 vezes ao Hospital, num período de dois meses e meio! Por 32 vezes, Ver.ª Lourdes, a vigilância sanitária esteve no Hospital Parque Belém com o intuito de fechá-lo e não conseguiu – o Cremers foi lá e observou que a atividade médica está sendo executada de forma correta. Diz a imprensa que o Hospital recebeu mais de R$ 600 mil, mas ele não recebeu nem 1/3 desse valor! Esses são os dados que a Fazenda nos passou há uma semana. Então, é preciso tratar a gestão da saúde em Porto Alegre com muita seriedade, com verdade, e é isso que vamos dizer desta tribuna todos os dias.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, uso a Liderança do meu partido para, nesta Casa do Povo, onde estou há dois anos, desta tribuna, fazer um agradecimento público à população de Porto Alegre, à população do Rio Grande do Sul, à minha família, aos companheiros do meu partido que foram solitários, aos meus companheiros dirigentes sindicais, porque, no dia de ontem, recebi o meu Diploma de Suplente de Deputado Federal, do último pleito. (Mostra o Diploma.) Isso só foi possível graças à ajuda, à parceria, graças à afinidade e, principalmente, à lealdade de todas as pessoas que, junto comigo, entraram nesse projeto e, principalmente, criaram o Solidariedade.

Nós passamos por uma campanha muito difícil, durante todo o período eleitoral, posso dizer semanalmente, era divulgado na imprensa que a minha candidatura estava cassada, que minha candidatura estava impugnada, que minha candidatura estava suspensa porque eu tinha débitos com a Justiça Eleitoral, apesar de, desde o início, eu afirmar estar em dia com a Justiça Eleitoral. Eu sempre procurei comprovar juridicamente que estava apto a concorrer, mesmo várias vezes me tendo sido negado esse direito à defesa. Juntei, nesse período, vários documentos, certidões, acórdãos, documentos da Receita Federal, documentos do Procurador da Receita Federal que comprovavam que eu estava em dia com todas as multas, com todas as minhas obrigações. E fui conseguir que o Tribunal Regional Eleitoral reconhecesse isso nas vésperas das eleições, no dia 3 de outubro, numa quinta-feira.

Eu quero agradecer a cada um dos 45.559 gaúchos e gaúchas que foram às urnas. Durante esse período todo, em algumas cidades, havia até carros de som nas ruas dizendo que eu estava cassado, dizendo que as pessoas que estavam nas ruas com propagandas minhas seriam multadas, que pessoas que estavam fazendo campanha junto comigo – não é, Dr. Thiago? – seriam impugnados também. Mas as pessoas acreditaram nesse projeto, acreditaram que nós poderíamos ter um Congresso Nacional onde diminuiriam 50% a bancada de sindicalistas, bancada de representantes do povo, nós poderíamos ter lá um Clàudio Janta defendendo os interesses dos trabalhadores, defendendo os interesses do povo brasileiro. Ficamos de suplente e vamos estar atuando junto com o nosso Partido lá no Congresso Nacional. Vamos estar atuando aqui nesta Câmara de Vereadores como sempre atuamos, na defesa dos interesses dos trabalhadores, na defesa dos interesses do povo do Rio Grande do Sul, principalmente do povo de Porto Alegre.

Mas não podíamos nos furtar de vir aqui no dia de hoje, após receber este Diploma que muito nos honra, por toda a dificuldade que tivemos nesse processo eleitoral, por ter obtido esses 45.559 votos, que foram alcançados graças à ajuda de cada uma das pessoas, de cada um dos membros dos partidos, dos dirigentes sindicais e principalmente da minha família, meu pai, minha mãe, minha esposa, meu filho, enfim, todas as pessoas que se envolveram na minha eleição. Muito obrigado, Sr. Presidente, muito obrigado a todos que me ajudaram a conquistar esse Diploma.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Registro a presença do Ver. Márcio Bins Ely. O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na segunda e na terça-feira estive na sede da Prefeitura Municipal. Na segunda, com o Prefeito, o Vice-Prefeito, alguns representantes de comunidades, a Brigada Militar, a Polícia Civil, para falar sobre o carnaval de rua de Porto Alegre, e, na terça-feira, juntamente com os blocos, com o Secretário da Juventude, com o Secretário de Saúde e outros representantes de órgãos do Município e do Estado, para discutir sobre o regramento do carnaval de rua de Porto Alegre; a maior manifestação popular, um movimento social cultural, que é o carnaval. Muitos não querem saber disso, e eu até acho um absurdo quando vejo manifestações de pessoas que se dizem associações, são seis ou sete pessoas que trabalham no facebook, querendo retirar dos bairros o carnaval de rua, com a desculpa de que carnaval de rua é uma manifestação que vai trazer bêbados, alcoólatras, crianças drogadas, lixo, e outras coisas ruins. E essas pessoas, às vezes, saem daqui, vão para o Rio de Janeiro, se esbaldam no carnaval, ou vão para o carnaval em Recife, Salvador, e por aí vai, mas depois chegam aqui e não querem no seu bairro, que, segundo eles, tem que ficar cercado.

Esse sentimento de organização da Prefeitura é um olhar que já deveríamos ter tido há mais tempo... E eu saúdo o Prefeito. Porque eu tive essa iniciativa, mas não podemos, infelizmente... E ouvi algumas manifestações de órgãos de Segurança pública dizendo que não iriam a alguns locais, não fariam Segurança pública, como se isso não fosse uma obrigação. Onde existe aglomeração existe a obrigação, sim, de ter uma polícia preventiva; que seja uma polícia preventiva, com poucos agentes, mas é obrigação do Estado.

Eu espero que esse movimento não seja mais um movimento para retirar as manifestações populares do Centro da Cidade, dos bairros, transportando para a periferia, como foi feito com o carnaval de Porto Alegre, que retiraram do Centro, com manifestações, inclusive, lá no fundo, racistas, e colocaram o carnaval lá no outro lado da Cidade, sem nenhuma infraestrutura. E continua sem infraestrutura. Entra ano e sai ano, o carnaval continua sem infraestrutura, um evento que traz turistas e, trazendo turistas, traz arrecadação. E não me venham dizer que comerciantes da Cidade Baixa, e de outros bairros, não se beneficiam com isso! Não me venham dizer que trazer turista para a Cidade - e carnaval traz turista, manifestação cultural traz turistas - não traz arrecadação.

E se for assim, senhores, se não der para dar Segurança pública ao carnaval feito nos bairros da Cidade, vão colocar na periferia, porque na periferia não se vê, na maioria das vezes, policiais. Coloquem na periferia. Coloquem mais uma vez os carnavais nas periferias porque nas periferias não se vê mesmo policial, então não vai fazer muita falta. Obrigado, senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Nada mais havendo a tratar, encerro os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se a Reunião às 10h46min.)

 

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